A semana foi corrida, os dias são corridos, a vida parece que resolveu compensar os anos que eu perdi de uma vez só. Eu era adolescente até semana passada e agora, vupt! cá estou em meio ao turbilhão do caos que é a chamada vida adulta, perdendo horas no transito enfiado no transporte público entre o estágio e a faculdade, chegando em casa com o ânimo de uma lesma anêmica e ainda tendo de fazer minha janta pra não completar aquele achievement que diz "A whole day without food!".
O tempo passou tão rápido que eu só me dei conta de que outro mês havia se passado porque o cara que mora comigo veio e disse "Casasco, hora de pagar o aluguel. Seu inútil." daquele jeito sutil e carinhoso de sempre. Há um mês eu estava onde? Fazendo o que? Eram os primeiros dias de aula. Do primeiro mês de aula, vida mansa. Agora é trabalho, projeto integrado, jornais pra ler, programas de rádio pra ouvir e ainda tem o estágio e o transito e o cansaço. Agora eu entendo muito do que me diziam, agora eu sinto isso. Uma grande amiga minha me disse que seria assim, que quando eu parasse pra ver eu já estaria soterrado em meio aos escombros da implosão da minha adolescência, mas não achei que seria tão cedo. A vida de dormir, jogar, comer e fingir que ia pra faculdade era tão boa! Não, não era... Bom é esse fluxo maluco de informações, bom é chegar na faculdade e em vez de olhar pro professor com cara de "Merda, essa cara de novo..." simplesmente chegar cumprimentar o cara com um puta sorriso no rosto e ideia fixa de absorver dele o máximo possível. Eu sei, é só o primeiro ano, eu to empolgado e eu sou tipo cavalo paraguaio. Mas me deixem, as coisas estão fluindo e eu estou achando tudo lindo.
Esse texto foi curto, mas ele precisava sair. Eu estou com algumas coisas as quais eu realmente quero fazer e publicar, mas eu não ando lembrando muito bem de escrever sobre elas. É amor, amor e mais amor. Afinal de contas é o assunto o qual eu mais gosto de tratar. Do mais a vida segue tranquila, escrevi por saudade de bater tecla por outro motivo que não fosse fazer lead, pauta, nota, release, resumo ou qualquer outra coisa que envolvesse notícia. Talvez essa seja a melhor parte de estar cursando jornalismo, eu escrevo e escrevo e escrevo e tem gente pra ler e dizer o que está certo e o que está errado. É diferente desse lugar aqui onde eu posso escrever qualquer coisa e vocês nunca me apontarão falhas. Pelo menos, ainda não aconteceu.
Pensando bem... A melhor parte é poder discutir aquilo que eu discutiria no boteco, mas dentro de sala de aula, com alguém que entende mil vezes mais do assunto do que eu e com a capacidade de ver o mesmo assunto por noventa e dois pontos de vista diferentes! É lindo isso.