sexta-feira, 8 de novembro de 2013

"E dai?"

Se eu sou um ser livre então por que eu não estou fazendo o que eu quero? Ou melhor, o que é que eu quero? É, são oito e vinte e um da noite e meu cérebro acabou de apitar dizendo "Hey! Estamos começando agora, em pleno início de noite de sexta-feira, mais uma crise! Parabéns, você foi premiado com os piores e mais malditos pensamentos que nós podíamos produzir pra você, tudo aquilo que pode servir para destruir a sua auto-estima está nesse momento sendo processado pelos nossos neurônios mais malvados para te jogar para baixo como uma pedra de setecentos quilos. Seja bem vindo, seu pseudo capitão de porra nenhuma, à mais uma crise existencial fodida que vai te estuprar a mente, a alma e o coração, tudo ao mesmo tempo e sem tempo pra respirar."
E claro que eu, que me conheço melhor do que ninguém nesse mundo, decidi que era hora de exorcizar esse fantasma antes que ele me devorasse, abri o blog e vim escrever. Afinal de contas, é o melhor jeito que eu tenho de expulsar esses demônios de dentro de mim.

Hoje me bateu a crise que devia ter batido dia 21/10... Agora caiu a ficha de que, por um erro da empresa contratante, eu não embarquei e ainda estou enfiando nesse pedaço de terra que eu chamo de "minha querida Três Lagoas" vivendo na casa dos meus pais, levando uma vida de adolescente. E o pior de tudo, eu estou muito bem com isso. A comodidade tomou conta de mim de um jeito que espantou até a mim mesmo - e olha que eu sempre soube que não havia limites para a minha capacidade de me imergir na minha zona de conforto. E agora, às oito e tantas de uma sexta-feira, meu cérebro vem e diz "Filho! Ta tudo errado esse caralho!" e eu fico me perguntando o porque. É claro que está tudo errado, eu estou com vinte e um anos de idade já. Meu pai com essa idade já tinha um filho, meu avô com essa idade, sei lá onde tava, eu tenho amigos que com essa idade já estavam formados e eu estou fazendo o que? Comparando minha vida com a de outras pessoas. Ok, falhei na missão. Nunca comparar minha vida com a vida alheia... Nunca! Cada ser humano é um ser humano, cada um com sua própria vida, suas qualidades e defeitos e dificuldades. Eu não sou meu pai, nem meu avô, nem meu filho será eu. E? Não sei. E esse não sei é o que está fodendo com a porra toda. Pra quase tudo na minha vida a resposta é não sei. As incertezas vão tomando conta, tomando conta, tomando conta e quando eu paro pra ver eu olho no espelho eu vejo outra coisa que não sou eu.

Isso é só crise, vai passar e já era. Olha que simples. É simples, mas essa sensação de que o mundo tem mais a me oferecer do que só isso, está voltando. E quando essa sensação bate, nunca é legal.