segunda-feira, 28 de junho de 2010

"Taipei? Isso é encrenca. Primeiro episódio."

Poxa, já faz um tempo que eu não escrevo nada... Uns quatro dias.
E o problema é que agora eu tenho um monte de coisas pra escrever sobre os dias que se passaram e de todo o rolo no qual eu me meti onde eu "quase fui mandado de volta" segundo a minha host mãe.
É claro que isso é só pressão porque eu não fiz nada tão grave assim.

Vamos lá então...
Vocês se lembram que eu estava em Kaoshiung? O outro post aqui.
Pois é... Na sexta-feira o Brasil jogou contra Portugal certo? E eu não podia ficar em Kaoshiung sozinho assistindo o jogo na televisão de plasma de setecentas polegadas da casa onde eu estava ficando...
Ok então, resolvi ir pra Taipei.
Resolver ir para Taipei é algo fácil de fazer, é só você acordar em um belo dia de sol olhar para si mesmo e dizer: "Vou para Taipei! Rá!" e pronto, está decidido.
Acontece que no meu caso é um pouco mais complexo já que preciso decidir que vou, avisar minha host family e achar uma casa em Taipei. Caso eu não tenha casa, simplesmente não posso ir, isso é triste.
A primeira coisa que eu faço nesses casos, então, é achar a casa, afinal de contas sem casa, sem viagem, e lá vou eu caçar casa. Desta vez eu tive sorte que foi bem rápido o processo, entrei no msn e achei o Felipe e ele já veio falar comigo querendo saber se eu estaria em Hualien porque o irmão dele tinha o chamado para ir a Hualien para um churrasco. Ai eu o lembrei do jogo do Brasil e ele falou que ia perguntar para seus pais se eu podia ou não dormir lá. Os caras deixaram.

Fui dormir cedo na quinta e às seis da manhã de sexta eu estava levantando com o amigo do meu pai batendo na porta do quarto mandando eu me arrumar porque ele iria me levar até a estação rodoviária, lá fui eu pegar o ônibus e para a minha surpresa foi o amigo do papito que pagou o busão. Cinco horas de viagem até Taipei mas o ônibus era confortável e isso já ajudou bastante, só para terem noção da confortância do bixo:
Era um ônibus de tamanho normal mas só tinha dezessete assentos, em cada poltrona cabiam praticamente dois Lucas, além do fato de cada assento ter seu próprio televisor e fone de ouvido e você poder escolher o que assistir. Lembrei do primeiro voo que eu peguei indo de São Paulo à África.

Finalmente cheguei em Taipei, desci do busão, fiquei meio perdido lá na estação central que é uma das coisas mais locas do mundo, na minha opinião, por abrigar em um único prédio estações de ônibus, metrô, trem e trem bala. Detalhe que ela pega as duas linhas principais do metrô e o lugar é gigrotescamente grande, mas tudo bem... Me perdi lá dentro por um tempo, mas consegui achar o meu caminho, peguei o telefone público porque eu não tenho celular (atentem-se para isso) liguei pro cara e ele falou que estava na escola, me passou o telefone de uma outra amiga nossa, liguei pra ela e ela também estava na escola mas ia sair em pouco tempo porque só tinha ido pegar uns documentos para validar o terceiro ano.

Lá fui eu para um dos lugares mais movimentados de Taipei: Ximen. É uma rua comercial enorme com tudo o que você puder imaginar pelos preços mais altos possíveis, mas é um lugar legal para dar uma passeada, além do que, tem uma sinuquinha e uma meia dúzia de bares por lá.
Os intercambistas costumam se reunir por ali e eu sai caçando gente.

"Andei e andei e ninguém localizei,
Andei e andei e foi então que eu parei,
Nem em loja nem em casa eu parei foi no bar gay."
Lucas Casasco.

Lindo poema não? Então, a realidade é que eu cacei povo e não achei ninguém e fui para um Starbucks tomar um café e ler um livro que eu tenho aqui no computador sobre Fotamecus e esperar até às quatro da tarde mais ou menos.
Sai do Starbucks às quatro e fui para a sexta saída da estação de metrô de Ximen e no meio do caminho eu me lembrei que o povo costumava se reunir na sinuca, me dirigi a tal local.
Olhei ao longe e avistei longas madeixas semi-cacheadas e um corpo alto e esguio ao lado de um rapaz forte e musculoso e um naniquinho com a camiseta da seleção. Era o Juanito, o Patrick e o Julian (sei lá como que escreve o nome do cara, esse ai é o jeito que se pronuncia) que é irmão do Patrickão e estava junto com a mãe passando uns dias aqui em Taiwan para visitar o irmão mais velho.

Por hoje é só isso, amanhã eu falo sobre a bolsa roubada do Patrick, a voadora de dois pés, o velhinho sábio chinês ciclista lutador de kung fu e de todo o rolo no qual eu me meti que não tem nada a ver com isso ai tudo.



Beijos beijos
Lucas Casasco, um brasileiro em Taiwan.