domingo, 28 de março de 2010

"Aaaatchim!"

Nostalgia completa, ouvindo Sonata Arctica, jogando Diablo II, passando frio e tomando Coca-Cola.
No Brasil não fazia frio mas o resto das situações eram algo corriqueiro pra mim lá.

Mas então, escrevamos...

Lá em Fuli, na Fuli Junior High School eu conheci um americano que eu nem lembro mais o nome. Ele foi na escola dar uma palestra sobre drogas no mesmo dia que eu fui para assistir à algumas aulas, foi uma coincidência legal, descobri que ele morava em Hualien há mais de vinte e cinco anos e que tem uma esposa, um filho e um cachorro.
Fui pra Hualien sábado, fui de ônibus e nem comentarei o motivo, mas a questão é a seguinte eu dormi no busão e acordei no meio da cidade de Hualien sem saber exatamente onde estava, olhei ao redor e reconhenci a avenida, desci na próxima parada porque não sabia onde o busão iria parar.
Eu sabia que era pra mim descer na estação, mas em vez de perguntar pro tiozinho se a gente já tinha passado da estação eu optei por pular pra fora do busão e seguir andando até a casa do Camera, um dos nossos Host Pais.
Estava lá tranquilo e sussegado e de repente aparece outro americano, do nada. Ele entrou na loja do Camera, que vende cameras digitais e acessórios e depois saiu de boa e tals, sentou na minha mesa e a gente ficou conversando. O cara era legal e eu também não sei o nome dele. Não por ter esquecido como é o caso do primeiro americano, é que a gente conversou por uma meia hora e esquecemos de perguntar o nome um do outro. O que eu descobri sobre esse segundo americano? Ele era bem mais novo que o primeiro, devia ter no máximo uns vinte e nove ou seja quando o outro estava vindo morar em Taiwan esse ai estava aprendendo a andar. Ele mora aqui para dar aula de Inglês, tem uma casa em uma das praias de Hualien e só está aqui a um ano e pouco.
No mesmo dia, eu estava saindo da casa de outra de nossas host parents, a House, e me deparo com quem? Com o primeiro americano. Passou de moto, olhou pra mim, ai ele pegou e olhou de novo e acenou.

Ai eu fiquei pensando... Caralho, que mundo pequeno dos infernos. Mês passado eu encontrei uma portuguesa nas ruas de Taipei, e já era pra lá de meia noite... Encontrei com ela porque saí pra comprar um sushi no seven eleven com uma amiga e na volta a gente veio conversando português. De repente para um ser estranho na nossa frente e começa a falar com aquele sotaque português: "Vocês falam português!"
"Sim, somos do Brasil!"
"Nossa, que legal!"
Ai a gente ficou um tempão conversando e descobri que ela também dava aula de Inglês aqui em Taiwan, lá em Taipei.

Cada dia mais e mais a gente vê que o mundo tem menos e menos fronteiras, tudo vai ficando mais próximo. É uma pena que todos nós iremos morrer antes de ver o mundo se tornar um só. Mas não tem problema, deixa isso pra próxima geração de seres inteligentes que habitarem esse planeta. Só espero que eles aprendam desde cedo a não poluir e não fazer cagadas monstruosas como chamar os construtores de bombas de gênios ou colocar babacas donos de empresas petrolheiras como presidente do maior país do mundo, acreditar em uma história Frankenstensiada de uma divindade que desceu à terra em forma humana para poder salvar a gente e criar guerras por isso e mais um monte de coisas que eu poderia passar uma era aqui escrevendo e não adiantaria nada, até porque daqui a pouco eu irei comer meu café da manhã e jogar o lixo em qualquer lugar, vou tomar um banho de mais de quarenta minutos quando voltar pra casa, etc. etc. etc.




Beijos beijos.
Lucas Casasco, um brasileiro em Taiwan.