terça-feira, 3 de agosto de 2010

"It is a dance old Flemeth knows well... Let's see if she can remember the steps!"

Posso virar viado por quinze minutos? Eu acho que vez ou outra vocês me permitem isso certo?
Pois é, eu apresento a vocês então um Lucas bicha mais bicha que o normal. Um Lucas tão bicha que chega ao ponto de assumir que está com saudade de um macho e que essa saudade é tamanha que chega a causar dor e o pior de tudo é saber que o cara é gaúcho e já dormiu comigo. É, pode me chamar de bicha...

Mas agora falando, bichamente, sério.
Vou contar uma breve história, sem muitos floreios, sem muitas confusões e de forma bem direta, daquele bom jeito que eu sempre faço.
Essa história é bem curta, diga-se de passagem ela até hoje não tem fim e isso é legal porque me faz pensar em "História Sem Fim" e me lembra várias coisas que tem em muito a ver com essa história que eu vou contar.

Vou começar pelo "História Sem Fim". É um dos filmes que, depois de "Rei Leão" "Bambi" e "Toy Story", mais me remetem à infância e a minha história tem muito a ver com infância porque ela fala em partes do sentimento infantil que é a amizade.
Outro ponto forte do filme é o misticismo, os segredos, a simbologia, a mitologia, em fim toda aquela viagem maluca de quem tem muita, mas muita mesmo, imaginação.
E acreditem que imaginação, mitos, teorias, conspirações e seres mágicos também fazem parte dessa história.

Vou começar então...
Tudo começou em um dia comum, onde eu fui com a minha host mãe - diga-se de passagem eu já estou com saudade dela - e fui para a velha e boa cidade de Hualien e lá eu trombei com uma coisa mais alta que eu, mais nariguda que eu, mais orelhuda que eu e vocês podem pensar que era um elfo mas não! Não era um elfo, nem um cavaleiro errante com uma armadura dourada, ou um arqueiro matador de dragões. Era um ser humano normal mas que naquele momento pra mim era uma coisa completamente desconhecida e de tão desconhecida eu julguei ser um Argentino.
É claro que vocês já ouviram isso antes, o dia que eu conheci o Guilherme com certeza já está tatuado no cérebro de vocês de tanto eu falar disso, mas eu vou voltar pra falar daquela puta gaúcha, do nosso anel de noivado - disso vocês não sabiam né? Rá! - e de algumas outras parcas coisas.

Pela primeira vez eu sinto de verdade a falta que aquele cara faz, são nove e cinco da noite e eu nem em Taiwan estou mais, estou voltando pra casa mas a saudade apertou cara...
Sabe, eu olho pra trás e fico lembrando de conversas idiotas, de piadas idiotas, da nossa cara de idiota quando vimos aquela loja de miniaturas com replicas perfeitas de vários dos nossos personagens favoritos ali na rua da antiga casa dele em Hualien.

Ele uma vez me disse que olhar pra mim era como olhar prum espelho distorcido, ele sabia que ia ver o próprio reflexo mas de forma diferente e acho que no fim era isso mesmo, a gente se parecia tanto que chega a ser estranho. As mesmas loucuras e "crenças" ou falta delas, as mesmas bases de pensamento, e muitas vezes as mesmas músicas.

Pois é sua bicha, eu vou continuar de te chamando de bicha mas no fim da contas quem reclama de saudade sou eu...




Lucas Casasco, um brasileiro em Hong Kong. Ou África, depende da hora que vocês estão lendo.