sábado, 10 de julho de 2010

"Balada não mamãe, balada não mamãe."

Eu comentei ai sobre não gostar de balada né? Então, vamos discorrer sobre isso...

Vou começar perguntando algo para vocês minhas crianças: "Qual a graça de sair por ai só para beber, fumar e beijar?"
Sejamos sinceros por favor... Tem muita graça. Mesmo. Eu, particularmente, troco o fumar por alguma outra coisa e deixo o beber em letras menores mas não dispenso a parte do beijar de forma alguma.
Agora vocês devem estar pensando que eu sou um ser paradoxal, digo que gosto de beijar mas não gosto de ir embalar uma balada que seria o lugar perfeito pra esse tipo de crime, calma que eu vou mostrar pra vocês que não há nada de paradoxal ou cotraditório nisso.

Quem me acompanhou pessoalmente nos últimos meses viu que eu sou um ser monogamico, mesmo que seja uma monogamía de uma noite só é monogamía. Eu, sempre afirmei isso e faço questão de afirmar sempre e sempre: "Eu não vejo graça em sair por ai beijando tudo quanto é menina na mesma noite."
Na minha humilde opinião de romântico, bobo e apaixonado não tem como você "aproveitar" a pessoa em menos de duas horas e me entendam bem e diferenciem "aproveitar a pessoa" de "se aproveitar da pessoa" são coisas diferentes. Essa putaria de não sair agarrando todo mundo me tráz "problemas" as vezes? Tráz sim, quem ai que é intercambista e que mora aqui que não viu a merda que era o meu, quase relacionamento, com aquela canadense?
É aquela história, quando eu via ela eu ia pra cima dela e de mais ninguém. Quando ela me via ela ia pra cima de mim e de quem mais estivesse por perto. Triste a história, mas fazer o que? No fim da noite era comigo que ela dormia geralmente e ela pagava o hotel então ta massa.

Mas eu digo pra vocês que esse complexo de monogamia meu até que tráz mais benefícios do que malefícios. Pelo menos ao meu ponto de vista... Eu não sou do tipo de ser humano que se contenta com meia dúzia de beijinhos e depois parto pra outra e dou mais meia dúzia de beijinhos, eu sou do tipo de ser humano que gosta de se relacionar com outros seres humanos e não só trocar saliva. E quando eu digo me relacionar não entendam sexo ok? Relacionar que eu digo é conversar, conhecer a pessoa, pegar um certo grau de intimidade, dar rizada e aproveitar aquilo que está acontecendo alí.
E ai eu pergunto pra vocês, em uma balada com o sonzão alto tocando, luzes piscando, um monte de gente tomando e fumando e dançando feito minhocas em uma panela com óleo, tem como você se aprofundar de alguma forma com alguém? Não, não tem. E nessa putaria de beija, beija, ta calor, ta calor a noite vai passando e no fim você tem um cara com o score 15/0 mas que nem vai se lembrar disso no dia seguinte porque estava bêbado e caso se lembre vai fazer questão de esquecer que das 15 seis eram feias, uma tinha bafo, quatro beijavam mal, três estavam tão bebadas quanto ele e uma era homem.
Então fica ai a dúvida maior, se eu não gosto por que que eu vou? Falta de opção, pasmem. Eu venho para Taipei e me sobram duas opções sempre, ficar em casa ou ir para a balada. Ficar em casa agora parece ser algo legal já que eu voltei a jogar Tibia e as vezes é até mais legal ficar ouvindo um bom e velho rock enquanto vejo um treco que parece que foi desenhado no paint se mexer pra lá e pra cá e soltar umas fumacinhas enquanto "luta" com algum monstro. É bem retardado, mas é nostálgico.
De toda forma, no fim eu acabo indo e pagando pra entrar e caso eu ache alguém legal eu acabo saindo de lá muito antes da metade da festa como eu fiz na últimas vezes que eu achei alguém legal. E eu posso garatir pra você que festa que eu faço a dois é melhor do que qualquer balada, pelo menos pra mim. Perai que eu vou mijar... Voltei.

É meu povo, não tem muita explicação pra isso, penso eu que se deva ao meu maldito coração mole e a minha triste capacidade de me apaixonar por qualquer ser humano com quem eu conviva por mais de 20 minutos. É claro que essas paixões são muito voláteis podendo durar de minutos a anos mas sempre ocorrem. É claro também que existes seres humanos com quem meu cérebro não se ocupa de se apaixonar e tem aquelas que eu repudio desde a primeira vez que vejo. Não, eu não sei tratar todo mundo igual, não dá mas eu juro que tento.
"Ê terra boa dizia a menina um dia, aqui o poeta bebia e do trêm escrevia e seu parceiro, vóz rouca, a todos dizia que austeridade de mais só tráz melancôlia." depois disso vem a parte do "quero viver com você por aqui todo dia" mas eu não quero não.
Aprendi algo importante nesse fim de intercâmbio: Eu não gosto de Taiwan, eu gosto de ser intercâmbista, são coisas diferentes. Taiwan sem intercâmbio é um lixo meu povo, acreditem no tio e eu lhes digo que sou mais o Brasil.




Beijos beijos.
Lucas Casasco, um brasileiro em Taiwan.