quarta-feira, 2 de junho de 2010

''Desespero.''

Lembrei de mais uma coisa agora enquanto eu descia do trêm e caminhava até a porta da estação. Acabei de chegar em Hualien, espera então, vamos flashbackiar.
Depois do almoço, no domingo, nós pegamos um ônibus junto com o povo de Hualien e fomos até Yilan, apaguei no busão também, a viagem era longa de mais.
Chegamos em Yilan e pegamos um trêm e agora eu estou sentado na frente da loja do Camera (Camera é o nome do cara, ok? Falarei depois sobre os nomes estranhos de Taiwan) escrevendo no blog e vendo os carros passar enquanto ouço Avantasia e sinto o vento que vem da rua levemente carregado de humidade por causa da chuva fina que está cainda.
A sim, vale lembrar que eu estou encharcado porque eu vim da estação até aqui de bicicleta de baixo de chuva.
Então, como eu estava dizendo eu lembrei de uma coisa lá na estação. Sábado, depois da janta eu fiz uma sacanagem supimpamente malvada. Aqui em Taiwan nós temos o habito de comer as tais das Lunch Box que nada mais são do que caixas onde vem a comida separadinha e tals. Acontece que em cento e vinte e sete vírgula quatro por cento dos casos a comida é ruim por ser comida típica taiwanesa. Geralmente é arroz, frango, peixe ruim, camarão ruim e alguns legumes que são comestíveis.
Depois de comer nós temos que pegar os restos mortais da comida, jogar no lixo e depositar a caixa em uma pilha de caixas vazias, ok... Acontece que a minha mesa estava a uns vinte metros da pilha e eu estava com preguiça de ir lá, foi ai que eu tive uma idéia maqueavélicamente boa. Fechei a caixa, repassei o elástico, voltei os kuátzis (pauzinhos) pro envelopinho dele - que estava intácto graças à minha frescura de não rasgar as coisas que eu abro - e reposicionei tudo da forma que estava antes, deixei lá. Fiz isso no almoço de hoje também. Fico imaginando a cara do ser humano que pegou a caixa com aquela cara de feliz achando que ia comer feliz e alegre e se deparou com uma coxa de frango comida, uma meia dúzia de arroz e mais um pouco de coisas semi comidas.
São sete e vinte e um da noite, e meu pai vai nos levar pra casa às onze, com certeza eu vou chegar em casa perto da uma da manhã e vou usar isso mais o meu encharcamento que amanhã se transformará em uma pseudo gripe para não ir à escola.

Saímos da casa do Camera e fomos pra um restaurante "mexicano". Mexicano entre aspas enormes porque os caras não vendem comida mexicana lá... Explicarei, existe um bar/restaurante em Hualien e tem uma puta placa escrita: "Welcome to Mexico." e embaixo uma pá de nome de comidas que eles não vendem!
É estranho, mas como diria o profeta grego que morava na montanha, logo alí do lado de casa: "Bem vindo a Taiwan."
Estavamos comendo e conversando, peguei um cardápido descartável e uma caneta e fui escrever sobre o desispero que toma contas meninas estrangeiras que moram aqui, o problema é que na hora de ir embora eu coloquei o papel na bolsa da Alice pra pegar depois ele ficou lá, vou aproveitar que são duas e meia da manhã exatamente e tentar puxar na memória e escrever aqui.
Seguinte, estavamos ainda em Taichung e a dupla de meninas solteiras de Hualien, Alice e Maria, conheceram dois taiwaneses que vão pro Brasil ano esse ano pelo Rotary, futuros intercambistas. Papo vai, papo vem, eles morava em Hualien também. Voltaram com a gente no trêm e elas vieram conversando com eles enquanto eu escrevia isso aqui, na verdade não exatamente isso aqui mas algumas das coias que estão nesse arquivo .txt que diga-se de passagem é sem sombra de dúvida um dos maiores que eu já escrevi nos últimos dezessete anos, em um único dia eu escrevi nada nada uns três posts ou mais.
Pois é, chegamos em Hualien e elas começaram a conversar e vez ou outra comentavam sobre os taiwaneses e ai já faziam aquelas caras de quem realmente precisa de macho e se abanavam. Foi ai que eu tive a idéia de escrever um post sobre algumas coisinhas. Já falei aqui no blog sobre masculinidade e sobre coisas do tipo certo? Acho que já, mas mesmo assim voltarei a escrever.
São duas e trinta e cinco agora, os fones estão triturando os meus ouvidos aqui com o Jimmy gritando: "Não quero, aqui, te chamar de otário mas você já ta fora desse pário e o que é hilario você já perdeu sua mansão." é o Matanza martelante nos ouvidos pra me manter acordado enquanto entro madrugada adentro munido de imaginação e o bloco de notas do notebook. Word? Programa de viado aquilo, onde já se viu? Macho que macho não usa correção automática, pesquisa no google rapaiz.
Então vamos lá. Seguinte, ha um bom tempo eu e o grande Guilherme viemos observando que vez ou outra essas meninas tem uns ataquezinhos de: "Nossa que taiwanês gostoso, ui, ui, nossa." e ai você percebe que humidade relativa do ar sobe nada nada uns vinte por cento. Fenômenos naturais. Ai vocês se perguntam e dai? E dai que taiwaneses bonitos são peça rara por aqui. O que eles tem de "vantagem" contra os outros seres humanos é o fato de todos serem magros vez ou outra terem a barriguinha definida. Ok e dai? E dai que psicologicamentes são todos uns Justin Biebers. Oh meu Deus Lucas, você baixou o nível, caiu no clichê de falar do Justin Bieber! Só falta agora começar a meter o pau no Restart... Shit bitches!
Não vou cair nessa onda, não agora. Eu quero chegar na questão: "Até onde vai o desispero feminino?"
Lembrem-se que elas estão aqui a meses, será que todo esse tempo é suficiente pra deixar uma menina tão "louca" a ponto delas passarem a achar os taiwaneses bonitos? Qual o próximo passo então? Eu me questiono seriamente sobre isso. Ponto final.



Esse post encerra a minha loucura, tudo postado aqui desde o começo da semana foi escrito em um único dia. Eu escrevi tudo, comecei em Taichung e fui até Hualien escrevendo. Escrevia, parava, escrevia, parava e tornava a escrever.
Fiz tudo no bloco de notas e me espantei quando joguei no open office e ví que havia escrito cerca de dez páginas, em fonte 12, em poucas horas. Acho que eu nunca escrevi tanta coisa em tão pouco tempo.
É certo que se pegarmos o blog desde o início é muita coisa, mas eu não escrevo mais de um post por dia, tem dias que eu escrevo dois, quando muito três mas isso é raro.
Então é isso, beijos beijos.

Lucas Casasco, um brasileiro em Taiwan.