domingo, 23 de maio de 2010

"Histórias."

"Morrendo, comigo na mão..."
Começo o post com um pedaço de uma música do Teatro Mágico, é meio normal de mim estar ouvindo esse tipo de música às quatro da tarde, sentado em um café perdido em algum canto de Hualien.
Há minutos atrás eu estava aqui ouvindo o Anitelli dizer algo sobre o retrovisor, pra quem não conhece é só clicar aqui.
O final disso tudo é que eu acho foda quando ele diz que o retrovisor deixa explícito que se formos pra frente coisas ficam para trás, a gente só nunca sabe que coisas são essas.

Quando eu embarquei nessa aventura, que muitos disseram que era loucura, de vir pra Taiwan eu realmente não sabia o que encontrar à minha frente e nem sabia o que iria ficar pra trás. No começo você acha que não vai perder nada, o tempo vai parar e quando você voltar tudo vai estar do mesmo jeito. O cabelo loiro da sua mãe vai continuar sendo o cabelo loiro da sua mãe, o bigode do seu pai vai ser o mesmo e a vida vai seguir em frente como do mesmo jeito que estava quando você saiu. Mas esse é um engano meio triste.
Quando eu dei tchau pra eles no aeroporto eu não fazia idéia do que aconteceria em seguida e descobri que não aconteceu nada. Eu entrei no avião e vim pra cá, simples e rápido, sem perceber que eles ficavam pra trás a me esperar, na minha cabeça eles ficariam alí no aeroporto e eu voltaria logo logo, isso foi a aproximados oitos meses atrás.

E hoje? Hoje eu ouço Teatro Mágico às quatro da tarde em um café enquanto um maluco batuca na própria coxa aqui do meu lado e uma menina do cabelo loiro usa o seu notebook atrás de mim.
A menos de cinquenta metros vários e vários carros correm apressados na avenida, nem parece que hoje é domingo, nem parece que se fosse no Brasil tudo estaria parado, nem parece que agora no Brasil tem gente acordando pra ir pra trabalhar.

É estranho pensar que somos aproximadamente seis bilhões e cada um de nós tem mais do que uma história pra contar, eu queria poder viver tempo suficiente só para poder ouvir ao menos uma história de cada um dos seres humanos que existem na terra, mas isso é impossível, eu precisaria viver aproximadamente cento e tenta e um mil anos, isso se cada história levasse quinze minutos para ser contada.
Mas não custa nada tentar certo, tem alguém ai afim de me ajudar? Queridos - calma ai, deixa eu abrir o analytics - queridos quinze leitores quase fiéis que eu trato com tanto amor e carinho, vocês poderiam me enviar um e-mail, cada um de vocês, me contando suas histórias? Pode ser uma versão resumida, eu deixo.




Beijos beijos.
Lucas Casasco, um brasileiro em Taiwan.