terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cozinhar.

Não falei de domingo falei?
Domingo não teve nada, a gente acordou cedo pra voltar pra casa, entramos no busão e eu trilouco de sono comecei a puxar um cochilo. Tinha uma guriazinha lá que ficava gritando a mãe o tempo todo e isso foi me estressando mas eu fiquei na minha concentrei e dormir. Fui dormindo até me acordarem pra descer num centro de cultura aborígene de Taiwan, o lugar é bonito a gente viu um monte de coisas, não comprou nada, batemos umas fotos e fomos embora. Foi legal, tava tendo um teatrinho lá, foi legal e tals, voltamos pro onibus.
Me acordaram pra almoçar, almoçamos e continuamos a viagem. Fui acordar de novo lá em Hualien e dalí pra frente eu vim acordado. Sim, o domingo foi besta.
A segunda pode ser resumida em uma palavra: Cama.
É eu dormi umas 13 horas, pra compensar as horas mal dormidas de Taipei.
13 horas? Sim, eu não fui na escola se é isso que vocês querem saber.
A madrugada de segunda pra terça foi a mó legal. Trombei com uma velha amiga na internet e conversmos um bom tempo, foi bom pra matar a madrugada.
Eu achava que ela estava morta ou tinha sido abdusida, coisa do tipo.
Muito sinistra a situação aqui em Taiwan, já é a terceira velha amiga que surge do nada assim na internet, essas coisas não aconteciam no Brasil.
Então. Ai chegou a terça-feira. A, eu conversei com a Gabi na madrugada de segunda pra terça também. Foi só emoção essa madrugada.
Eram 6 horas e o sol não tinha surgido ainda. Manhã nublada mas sem chuva, clima frio, a madrugada foi fria, ta faltando calor humano... Ta difícil.
Então, amanheceu, eu tava skypeando com o Poke, ai eu falei: Mano, vo lá tomar um café se não na hora da escola o pau vai cair a folha pro meu lado.
Ai ele falou que tudo bem, ele também já estava de saida.
Fiz meu café, troquei minha roupa e fui pra escola...
Aula de cooking! Western Cooking! A mais legal de todas.
Eu tava aceleradíssimo por causa do café e estressado por não ter dormido. Resumindo, pra quem conhece o Kadu tome ele por base que eu estava daquele jeito e pra piorar tinha um dos meninos da sala que ficavam me empatando, a Má, a mãe da sala a bixa mór...
Foi loucura aquilo. Eu queria cortar o frango ele não deixou, ai depois eu fui cozinhar uns legumes ele não deixou, fui cortar os pimentões ele não deixou, ai eu estressei e falei que eu ia fazer e ponto final! E fiz, dividi o frango do jeito que devia ser dividido, cozinhei os bagulhinhos e ajudei a fazerem o molho branco. Foi ai que aconteceu uma cena complexamente complexa.
Um dos meninos do grupo tinha tirado umas batatas do fogão, eu fui lá e amassei porque eles estavam sofrendo pra amassar, estavam usando uma colher no lugar de um garfo. Amassei as batatas. Acontece que o lugar onde o prato com o purê ficou era muito ruim, tava na ponta da pia e em uma das crises que a Má deu pra cima do mulece ele acabou esbarrando e mandando o purê todo pro chão. Resultado, um prato a menos certo? É, não pra cabeça da Má que rapidamente juntou todo o purê que estava no chão e recolocou no prato e já foi acelerando pra montar um prato com aquilo lá. Rapaz eu surtei. Cozinha é coisa séria meu amigo não é brincar de massinha não, se você derrubou no chão joga fora porra! Eu olhei feio pra ele e perguntei se ele tava louco, ele olhou com aquela cara de desinteresse e eu mandei ele jogar o purê fora. Ele jogou. Sobrou uma batata cozida e não dava pro prato que agente ia fazer. Geralmente quando sobra algo a gente improvisa alguma coisa pra ir comendo enquanto cozinha, mas eu fui mais rápido.
Peguei a batata e amassei de novo a bixa não tava entendo o que estava acontecendo mas eu estava, ele ficou meio parado por um tempo e depois retomou as atividades normais. Teóricamente não tinha lógica reamassar batatas porque uma batata só não serviria pro prato planejado. Mas cozinha é criatividade e ousadia certo mãe? Amassei as batatas, joguei 2 gemas de ovo que estavam cozidas e seriam desperdiçadas, joguei sal, pimenta, azeite de oliva pra dar uma liga e um pouco de maionese, estava refeito uma especie de purê, bem mais bonito que o outro e bem mais gostoso, mas não era o suficiente pro prato que tinha que ser feito.
O prato no qual o purê seria encaixado iria sem purê pra mesa, isso já estava decidido, mas eu não ia desperdiçar batatas. Fui lá na dispença e peguei aquelas vasílhinhas onde normalmente se coloca patê, aquelas branquinhas, lisas. Eu pegava os legumes cozidos, jogava nos potinhos, mandava o purê por cima e cobria com parmesão ralado. Fiz uma espécie de escondidinho vegetariano que depois foi pro forno pra dourar o queijo. Ficou perfeito e ainda rendeu um "Parabens" da professora de cooking que agora passou a entender quem é o Lucas. Afinal essa foi a primeira aula de Western na qual eu não estava um zumbi dorminhoco.
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Lucas Casasco.
Um Brasíleiro em Taiwan.