Na noite de sexta ficou programado para que fossemos no sábado a uma escola de um cidadezinha próxima à Hualien para um ato de caridade do Rotary. Venderiamos bixinhos de pelúcia e o dinheiro arrecadado seria doado às pessoas carentes.
Fomos pra casa dormir, a Alice ficou na casa da titia pra dormir lá.
Eu cheguei, tomei um banhinho quente e cai na cama, acordei no outro dia cedo cedo, umas 6 da manhã, eu estava sem relógio, olhei pela janela e pensei: "Ta cedo, deixa eu voltar pra cama" quando eu estava voltando pra cama a porta do apartamento se abriu e a Alice entrou, nesse tempo eu já fui pegando minhas coisas na mochila, achei minha escova e apareci na sala como quem não quer nada, de cuequinha e camiseta. Escovei meus dentes, troquei de roupa e desci. Entramos no carro e nos dirigimos sei lá pra onde.
Como de costume encostei a cabeça no vidro, pensei na Gabriela e dormi tranquilo pelo resto da viagem.
Acordei ao som de ABBA - Money Money Money... Nada melhor do que isso, você estala dormindo e de repente é acordado pela vóz da Agnetha seguida pela da Anni-Frid dizendo "Money money money, must be funny, in the rich men's world..."
É algo realmente legal, você acorda e pensa "Que dia é hoje mesmo? Estamos em fevereiro de 1979?"
Ai as vozes da mei-mei (nome chines empregado para: irmã mais nova, prima mais nova, atendente de loja mais nova, amiga mais nova, qualquer tipo de mulher mais nova) te tras pro mundo real e você lembra que está indo pra sabe-se lá onde para ser caridoso.
Tudo bem, chegamos lá estava chovendo, na verdade chuviscava mas chamar o chuvisco de chuva. Eu, sinceramente, não estava com um pingo de frio, e a chuvinha fina deixava o lugar mais bonito.
No gramado do campo da escola estavam várias fileiras, de prima eu já localizei três rostos conhecidos, dois brasileiros e uma mexicana tomando banho de chuva em posição de sentido junto a todos os outros alunos enquanto um general em um palanque coberto dava ordens e falava coisas que eu não intedia, o cheiro de stinky tofu envadia o lugar todo como se uma fossa alí perto estivesse estourado.
Na quadra de basket onde estavam armadas as barraquinhas eu pude ver outro rosto conhecido, Juanito Jhones o nosso incrivel colombiano super poderoso com seu lindo sorriso super receptivo dizendo "Entonces parcerito? Que passa?".
Conversa vem, conversa vai e os tontinhos sairam da chuva, apareceu uma tiazinha nada a ver e falou que se quisessemos poderiamos ir pra uma das salas de aula pra não ficar alí se molhando naquele chuvisco chato.
Tudo bem né, entramos pra uma das salas, sentamos no chão todos nós e o Gaúcho, claro que tinha que ser gaúcho avistou um taco de beisibol, acho que por ser cilindrico e comprido chamou a atenção dele. Ele pegou o taco e ficou observando, ai ele olhou pro chão, viu umas bolas e resolveu jogar beisibol sozinho e viu que não dava conta, desistiu. Acontece que o Juanito gostou da ideia e lá fomos nós, Juanito arremessava e eu tentava rebater, o alvo principal era a janela, claro, o computador valia 3 pontos, a estante de livros 2 mas a janela, essa valia 10, se quebrasse 15! Eu mirava nela mas tava dificil.
Cansamos.
Fomos chamados pro almoço e eu falo dele amanhã...
...Continua no próximo episódio...