Ok, sou péssimo com as estações do ano, não sei quando a primavera acaba ou quando o outono vira inverno, não sei sentir essas diferenças sutis.
É claro que eu não sou nenhum ser insensível que não consegue perceber as mudanças de temperatura, o que acontece é que eu pouco me importo se é verão ou primavera, se é inverno ou outono, o que importa pra mim é que está frio ou está calor.
É, é, isso aqui não é o climatempo e acho que vocês estão pouco se fodendo pro acontece com o clima de Três Lagoas - Pausa!
É, pausa para que vocês possam esboçar uma imagem bem interessante em suas cabeças: Meu pai dançando feito um leprechau na sala de casa, ele se supera.
Voltando ao que eu estava falando. Hoje eu li uma reportagem sobre a influencia das estações do ano no apetite sexual das mulheres, uma pesquisa feita por uma universidade sabe-se Deus lá de onde dizia que na primavera as mocinhas ficam mais ouriçadas, mais safadinhas. Reza a lenda que é por causa da incidência de luz solar que afeta a produção de alguns hormônios que fazem com que o ar fique mais úmido na primavera - se é que você me entende...
E essa pesquisa me remeteu a uma outra coisa, uma questão, talvez, bem menos interessante, mas que me fez refletir um pouco - sobre mim mesmo, claro.
Eu fiquei aqui pensando sobre a imagem que eu tenho das mulheres que um dia estiveram ao meu lado - não, não foram muitas - e a influência do clima nisso... É sério. Só agora eu parei para pensar nisso, quando uma delas me vem à mente, vem junto toda uma concepção sentimental, o pensamento traz consigo um sentimento que não envolve só nostalgia ou amor ou coisas assim, traz também uma temperatura e toda uma conjuntura de coisas que são influenciadas por isso.
Exemplos? Simples...
Uma delas me remete imediatamente ao calor, lugares quentes, banheiro, suor, vestidos curtos, shorts, chuva. Vem a lembrança forte dos dois caindo na piscina em uma madrugada de chuva, num calor infernal que só existe aqui em Três Lagoas, eu correndo, agarrando ela pela cintura e nos jogando na água. Ela de vestido branco e maquiagem borrada, por causa da água, ficou me batendo e reclamando que eu era muito bruto. Um troglodita. Nunca fui.
Tem também aquela que me faz pensar em um calor menos fofo, traz lembranças nem tão boas assim dos efeitos dele em mim e do nojo que ela dizia ter das minhas mãos que transpiram incessantemente. Um calor chato, dois seres humanos suados jogados no sofá numa preguiça que não era de Deus, o ápice do movimento eram beijos, mordidas e uns cafunés intercalados com horas de conversa sobre nada enquanto assistiam o ventilador girando.
Tem o frio também... A árvore, o ponto de ônibus, os dois tremendo, as minhas mãos frias entrando pela blusa dela e indo direto para suas costas como técnica de distração para que ela não percebesse o beijo que viria logo em seguida. Os abraços cada vez mais apertados na tentativa de um aquecer o outro, as vezes que eu precisei fingir não sentir frio tirando a minha blusa e emprestando pra ela, sempre me gabando de que eu era homem e homens não sentem frio - e eu realmente acredito nisso.
A clássica noite fria em baixo da árvore, comendo kinder ovo e falando sobre a vida como duas pessoas que já se conheciam há séculos e não um mês.
Lembranças. Não que eu esteja fadado a viver de lembranças, não que eu ache que ontem foi um dia melhor ou que essas cenas todas deveriam se repetir ad infinitum para que eu fosse feliz. Longe disso.
Só acho que seja gostoso lembrar, nenhuma lembrança é pura, todas sofrem influência de quem lembra e eu prefiro ter as melhores, mesmo sob influência do meu maldito cérebro que deixa tudo mais bonito, fofinho e colorido - juro que pude ouvir no fundo do meu córtex uma voz gritando: Te sento a vara, pseudo-blogueiro boiola!