sábado, 29 de maio de 2010

"Taichung, a senhora conferência - Capítulo Um."

Então, o dia pra gente hoje começou mais cedo do que o normal. Seis horas já estavamos no trêm indo pra Yilan e de lá pegamos um minibus que nos trouxe até Taichung.
Viagem com intercambista é sinonimo de bagunça, simples assim. No meio da viagem teve gente lambuzando gente de chocolate, gritaria e toda aquela putaria de sempre.
Eu aproveitei a viagem pra tirar um cochilo porque fazia um tempão que eu não dormia descentemente. Não deu pra ir dormindo no trêm por que a viagem é curta e o trêm é do tipo que não te permite dormir, o assento não deita e não tem lugar pra por o pé.
O onibus não era muito mais confortável do que isso não mas deu pra dormir meio que tranquilo. Chegamos em fim ao nosso destino, faz uns quinze minutos que eu estou aqui. Estou no salão principal da conferência (acho), o lugar é enorme e tem um palquinho alí na frente, quando eu cheguei o povo de Taichung - nossos anfitriões - estavam ensaiando uma de suas apresentações.
Os som que se ouve aqui é uma mistura de chinês com português, inglês, espanhol e umas batucadas de tambor porque enquanto eu escrevo o povo de Taichung está ensaiando a sua outra apresentação que é, nesse caso, tocar tambor.
Vou tentar descrever ok?
Imaginem duas linhas de gente com cinco pessoas cada na parte de trás formando uma espécie de seta. Ai eu fui obrigado a desligar o note e sair da sala...
Voltei agora, depois de uma hora mais ou menos e a coisa agora ta mais sinistra... Tem um brasileiro lá em cima e um americano, um na guitarra e um no piano.
Ensaiando pra mais uma das apresentações de Taichung...
Vendo esses ensaios deles eu fico aqui pensando que a apresentação de Hualien será, sem sombra de dúvidas, a mais porca delas todas. Cantaremos uma música que nós já enjuamos de cantar e será sem um pingo de boa vontade.

O salão aqui ta enchendo mais e mais e mais e mais e os intercambistas vão começando a aparecer. Minha camera está com apenas vinte minutos de bateria e eu esqueci o carregador, por isso eu serei obrigado a gravar só as partes mais interessantes da conferência...
A parte de Hulien mesmo eu vou pular. Do mais eu vou tirando fotos com a camera da Alice e depois jogo no Picasa pra vocês verem como foi a coisa...

O tempo passou e a conferência começou, o relógio dizia que eram treze horas e ai deu start na cerimonia das bandeiras e é nessa hora que eu digo pra vocês que camera sem bateria não serve pra nada.
Os caras organizaram tudo certinho, colocaram um intercambista de cada país com sua bandeira e mandaram eles irem entrando em fila dentro do salão.
A primeira bandeira eu nem sei de onde era, a segunda era do Brasil e quando ela entrou sendo carregada pelo Murilo - um gigante de um metro e, quase, noventa que atende pelo apelido carinhoso de Sapão - começou o griteiro.
Estavamos na multidistrital, eram quatro distritos e em cada um deles os brasileiros eram maioria. Além de sermos a maioria somos os mais animados e os mais amados, por mais que eles não admitam isso.
Depois vieram outras várias bandeiras, entre elas surgiu uma bandeira branca com uma cruz azul deitada no meio. Se você tem por hábito ouvir metal então você conhece essa bandeira, Finlândia! É claro que na hora eu fiquei felizão e tals, até porque era uma menina que estava carregando a bandeira. Mas ela era feia.
Acabou a cerimonia das bandeirinhas e começou um show mostrando cada um dos quatro destritos, mostrando a conferência distrital de cada destrito, as atividades que foram feitas ao longo do ano e mais uma pá de coisas. De novo você ouvia e via pelo vídeo quem realmente tem força e união aqui, Brasil.
Começaram então, as coisas chatas que só os rotarianos velhos e taiwaneses gostam. Palestras, palestras, paletras e falação, falação, falação.
A coisa foi ficando chata e entediante e eu saí do salão pra achar algo pra fazer. Estava capotando de sono alí mesmo e iria durmir na cadeira, saí mesmo.

Descobri algo interessante, tinha mais gente pro lado de fora do que pro lado de dentro, fui e me sentei junto a um mexicano que estava tocando violão.
O violão estava desafinado e o cara tem a língua presa mas a junção das duas coisas criou um som legal, o tempo foi passando e mais pessoas foram se juntando e de repente apareceu a Cíntia.
Não sei se vocês se lembram dessa música, devem lembrar porque ela motivou esses dois posts
"O amor quer sangue e corações arruinados"
e "Take this sinking boat and point it home we still got time" pois é.
Eu não lembro se contei pra vocês que lá em Peng Hu aconteceu de eu pegar o violão acidentalmente e tocar essa música ai. Acontece que naquela ocasião eu não sabia tocar a música por inteiro, na verdade eu sabia mas no auge do meu egocentrismo eu achava que era só decorar a musica uma vez e eu nunca mais nescessitaria toca-la de novo, era só pegar o violão que a cifra apareceria na minha mente. Ledo engano. Então a música não saiu por completo mas serviu pra que eu descobrisse que tem uma menina em Taichung que também gosta dessa música, prometi pra mim mesmo que ia aprender a tocar esse treco descentemente e aprendi. Voltando ao que eu estava dizendo.
Estávamos eu, o mexicano e mais um tanto de gente e apareceu essa menina ai. Chamei ela, peguei o violão pedi pra ela sentar do meu lado e cantar a música.
Desculpa ai viu, mas a saiu perfeito. Pra quem não tinha ensaiado antes e nunca tinha cantado junto a coisa saiu perfeitamente bem, aproveitei que estava com o violão e emendei um Teatro Mágico, seguido de uma Cássia Eller e depois parei.

Ai amanhã eu termino de contar.