Isso também não tem nada a ver com meu dia-a-dia. Se você não gosta de ratos, não leia. Se você não gosta de franceses, não leia. Se você não gosta do Ratatuille, não leia. Se você acha que o Mickey era viado por causa daquela vozinha irritante e aquela roupinha ridícula e que o Donald fazia fio terra nele, pode ler. Mas caso você seja crente e seguidor da Universal do Reino de Deus, leia também, não vou me importar com a tua critica, Edirzito ta passando a mão na tua bunda e eu to rindo de você!"
Engraçado, uma vez um amigo me disse que tinha visto um tornado de fogo. As pessoas não acreditam nos fatos mirabolantes da vida, eu mesmo já lhes disse que conversei com um barata e poucos acreditaram, é estranho pensar nisso, não importa se é verdade ou não, se na sua cabeça for mentira, então, será mentira, se no consciente coletivo for mentira, será mentira pro mundo. Por exemplo, muita gente diz que foi abidusida ou que o bisavô caçava lobisomem, ou até mesmo que esconde um Saci em uma garrafa, e tem gente que acredita, então, porque não acreditar que eu falei com uma barata? Mas faz assim, eu vou contar pra você, e não me pergunte se eu fumei ok? Eu não fumo, todos esses fatos são reais. Era uma quarta-feira à tarde, e eu havia voltado mais cedo da escola. O céu estava claro como raramente esta por essas bandas e eu estava sentindo algo estranho no ar, um sei lá o que de diferente, cheguei em casa. Entrei como normalmente entro, tirei meu all star, tirei minha meia e coloquei no bolso, tirei a mochila e joguei em cima do sofá e fui pra cozinha, cheguei lá e vi aquele ser estranho. Estranho não, eu já havia visto tantos outros iguais, mas não daquele tamanho e não com aquela pança toda. A princípio ele se assustou e largou uma fatia de cheddar recém cortada quando saiu em disparada, eu fui mais rápido e meti o pé no caminho e ele por ser levemente redondinho e meio pesado não tinha tanta mobilidade e acabou perdendo pra mim na velocidade, peguei-o pelo rabo enquanto ele ia dizendo: "Pardon monsier, pardon!" Ai eu pensei: "Qual que é? Primeiro uma barata, agora um rato?! Daqui a pouco eu to falando com as aranhas, o cachorro e mais um monte de outras coisas por aqui, não me espanto se começar a conversar com árvores, pedaços de pizza, garrafas de coca ou até mesmo, os shueidjaos."
"Pardon monsier! Agorre, solte meu rabe per fave?"
"Oui, oui, monsier ratton, mais je ne parle pas le francais, its better to try english, Mickey."
Ai ele começou a falar com aquele inglês afrancesado e disse que em primeiro lugar não era Mickey era Dom Goulart, mas eu podia chamar só de Dom, claro, porque não? E já emendou dizendo que havia chegado aqui há pouco tempo, veio enfiado no meio da bagagem de um pastor francês que estava pra cá na tentativa de abrir uma igreja, afinal, onde há gente há igreja católica e onde há igreja católica, logo haverá uma Universal.
"Eu só querriê conhecer le monde, vinhe com eles nê bagagê de avion, e resolvê morrarre aquê." disse ele e já completou dizendo que resolveu morar lá porque era mais calmo e porque ele havia conversado com uma barata nos passeios por Yuli que disse que lá tinha comida farta e pessoas que amavam os animais. Assim, nada contra ratos sabe? Ainda mais o Dom, ele fez questão de me mostrar a carteira internacional de vacinação de rato que ele tem, contra tudo o que você pensar, até vacina anti-AIDS ele já tinha tomado, falou que serviu como cobaia em um laboratório quando adolescente pra ganhar um dinheiro, mas enjoou rápido, não gostava das agulhadas, e logo que ele pediu demissão ele recebeu titulo de Dom, na verdade ele só gosta que o chamem Dom, o titulo real é de Duque, Duque de Queije François Azule de Bôle Amaréle, que é algo como: Duque do queijo francês azul de bolas amarelas. E junto com o título herdado da morte de um avô que morava ali pelos lados da Borgonha ele herdou um castelo e um pouquinho de dinheiro, disse ele que a morte do velho só trouxe problemas.
"Eu erra mas feliz quan vivie em la ruê, fumand e bebend, ai eu decidi que abandonarríe o trrône du castelê e passarría a viver du dinherrê da vend du chateou."
Que traduzindo significa: Eu era mais feliz nas ruas, vendi o castelo e to vivendo com a grana que ele me rendeu. Falou que aproveitou o embalo do padre francês e entrou na mala sem ser visto, queria viajar sem saber pra onde, disse que passou fome porque é meio enjoado e não come muita coisa, apesar de ter vivido vários anos nas ruas. Ele explicou que as ruas francesas tem outro padrão de comida que é muito melhor do que em qualquer lugar do mundo, na real? Ele ainda não conheceu o Brasil, e disse que tinha vontade, ai eu que sou legal falei pra ele que se ele fosse continuar morando lá em casa e fosse bonzinho eu levava ele comigo quando retornasse, mas isso não será possível. A real razão de eu estar escrevendo isso é porque foi o único meio que eu encontrei de lhe fazer uma homenagem, afinal, só se morre uma vez na vida. Fiquei muito triste ao ouvir minha host avó dizer que tinha dado um halfroundhousekick em um rato na mesma hora em que passava na TV que uma mulher em Taitong havia morrido por ter sido atingida por um rato voador, ai eu liguei o fato à pessoa e na madruga daquele dia fui na cozinha e procurei por ele, e nada. Desde então eu nunca mais o vi, mas eu imagino ele no céu dos ratos, comendo queijo e bebendo vinho francês, com aquela carinha de rato e aquele sotaque engraçado, além daquela barriguinha e aqueles bigodinhos. A princípio achei ele arrogante mas com quinze minutos de papo vi que era um rato francês legal. Vá com Apolo querido Goulart e descanse em paz mon ami.
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Não gostou da historia? Perdeu preciosos 10 minutos nos quais você poderia estar fazendo sexo, e sabe o que eu tenho a dizer sobre isso? O tempo não volta amiguinho!